A eternidade de Deus, e a fragilidade do ser humano - Pr. Pedro R. Artigas
A eternidade de Deus, e a fragilidade do ser humano
Pr. Pedro R. Artigas
Este tempo que já nos dura mais de 100 dias, pode nos dar tempo para reflexão do que somos e como devemos ser, tanto no plano material-físico, como no espiritual-divino. Aprendemos desde cedo nas aulas de catequese da Igreja Católica, ou de escola dominical nas Igrejas Evangélicas, que Deus é eterno, Bondoso, Justo e Divino. E que nós somos transitórios, pecadores, desobedientes e maus por gênese.
Ao olhar para o Salmo 90, escrito por Moisés durante a peregrinação pelo deserto, é pungente, amoroso, mas também revelador de um homem que levou quarenta anos para compreender o que Deus queria de sua vida, e o porquê de sua longa preparação. À primeira vista este poema pode ser classificado como sendo um momento de meditação de uma única pessoa, mas está claro que o seu propósito corporativo, ou seja, pela nação toda. O autor volta seus olhos para um longo período da história por vir segundo o seu conceito da ira de Deus. À vista da fragilidade e brevidade da vida humana, ele roga pela restauração do favor de Deus.
Eles estão na jornada do deserto, após os espias voltarem da Terra Prometida, e aquela geração, porém, não entrou na terra prometida. Dez homens covardes convenceram o povo que a terra seria inconquistável, e Deus sentenciou a geração incrédula a peregrinar no deserto. Não teriam lugar permanente para morar, e a sobrevivência dos seus filhos dependeria ainda da sua fé no Senhor. Eesse o contexto que Moisés escreve este Salmo.
O salmo é dividido em três estrofes, sendo de 1-6, 7-12, 13-17.
A primeira estrofe Moisés mostra a transitoriedade da vida humana em contraste com a Eternidade de Deus, “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio”, o salmista começa citando sua confiança na natureza eterna de Deus.Moisés de certa maneira repete o que falou em Deuteronômio capítulo 33, versículo 27: “Tu reduzes o ser humano ao pó e dizes: voltem ao pó, filhos dos homens”. Verdadeiramente todas as gerações o têm confirmado. O Senhor é imortal; o homem é mortal. O Senhor está acima da limitação do tempo; o homem sempre está consciente do tempo. O Senhor é de eternidade a eternidade; o homem, como a relva, tem a vida curta. As semelhanças dos versículos 4-6 não enfatizam só a brevidade ou fragilidade da vida, mas também a dependência humana do Eterno. No versículo 5, Moisés coloca três metáforas para enfatizar a brevidade da vida afirmada no versículoanterior, uma repentina corrente de água, um sono sem a percepção do tempo e a erva que murcha. O homem certamente está à disposição de Deus, retornando ao pó quando Ele ordena e sendo varrido como por uma enchente.
A segunda estrofe Moisés mostra o homem consumido pela ira de Deus, pois somos consumidos pela tua ira, agora ele interpreta a razão da transitoriedade da natureza humana e seus sofrimentos. Ele percebe a partir da história e da experiência pessoal que a face divina é como a luz do sol em seu poder de sondar as profundezas do ser humano. Comparado coma eternidade de Deus, o período de vida de setenta ou oitenta anos parece deploravelmente curto. Além disso, este período de anos está cheio de tristeza e sofrimentos. Fora desta visão pessimista da vida parte o clamor plangente para que se conceda ensinamento e sabedoria para auxiliar um homem a discernir o verdadeiro significado da vida.
E por fim a terceira estrofe, Moisés mostra o homem em busca do favor Divino, volta-te, Senhor...sacia-nos,o apelo introduzido no versículo 12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”, continua através do poema. O salmista deseja que Deus garanta ao seu povo a felicidade na proporção dos sofrimentos que suportaram sob a Sua ira. O salmo termina com um pedido para que a beleza ou formosura (sua graça) seja a base para o Senhor preparar e estabelecer todas as tarefas diárias no futuro. Este poema de Moisés nos dá a verdadeira dimensão do homem frente ao Poder Maravilhoso de Deus. É para ser lido e refletido de como estamos nós perante essa Majestade, e como temos feito nossa adoração. Shalom.
Fonte: Pr. Pedro R. Artigas